sexta-feira, 8 de outubro de 2010

OBRA MALANDRA // A ÓPERA DO MALANDRO ILUSTRADA NAS TELAS DE UMA POTIGUAR

Uma releitura plástica da imortal Ópera do Malandro já pode ser vista na Pinacoteca do Estado. Se a obra musical de Chico Buarque já ganhou versão teatral e cinematográfica, a jovem artista plástica Hanna Lauria expõe hoje a exposição intitulada Obra Malandra, com 30 trabalhos em aquarela de nanquim inspirados nas tecituras malandras do brasileiro na ditadura Vargas. Ambientada em bordel e escrita em fins da década de 70, a Ópera do Malandro continua atual, e agora, plasticamente contemporânea pelas mãos de Hanna Lauria.
A mostra segue até 24 de outubro na Pinacoteca. A curadoria é de Ana Rique e Vicente Vitoriano, com apoio do Grupo Universitário de Aquarela e Pastel (Guap). Com 24 anos e portadora de uma raríssima síndrome que dificulta os movimentos, Hanna começou a desenhar aos 4 anos de idade. Aos 16 fez sua primeira exposição mostrando suas bonecas ingênuas e de expressões simples, cuja principal característica, mantida até hoje é o fato de não possuírem pescoço "para não segurar o pensamento".

Para esta exposição, a artista realiza desde fevereiro um extenso trabalho de pesquisa para reproduzir com perfeição os detalhes de época e dos cenários do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, na década de 1940 - fase final do Estado Novo. Nas telas estão retratados os bordeis, os agiotas, os contrabandistas, os policiais corruptos, os empresários inescrupulosos. "As roupas, acessórios, costumes, tudo foi pensado e pesquisado", frisa Hanna.

A curadora Ana Rique destaca que a exposição Obra Malandra conseguiu trazer, com perfeição, todos os bonecos da jovem para o universo criado por Chico Buarque. "É um trabalho diferenciado e único, rico em detalhes. Ela conseguiu fazer a sua arte sem perder um traço sequer. Pelo contrário, cada vez mais rico. Vale à pena conferir", observa.

Serviço

Exposição Obra Malanda

Autora: Hanna Lauria

Local: Pinacoteca (antigo Palácio do Governo), Cidade Alta

Exposição: Aberta ao público até 24 de outubro

FONTE: Diário de Natal, caderno Muito.

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Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).